segunda-feira, outubro 23

O que você tenta entender do vocabulário masculino quando está num encontro?
Se preocupa em achar traços de virilidade mas também deseja ardorosamente encontrar doçura, conhecimento e humor aguçado?
Menina, pára tudo! Se por algum momento você pensou: "Ele é tudo!"
Quer dizer que ele é tudo de bom pra ser sua mais nova amiga!
"Realiza" que o mamão é jaca. E que jaca!
Claro que o seu sonho nunca foi um lenhador barbado e vestindo macacão suado (ou foi?!), mas também, você deve ter senso (e não censo, tá?!) de que você não quer vislumbrar uma vida ao lado de uma bailarina do Bolshoi.
Cuidado, meninas! As bruxas estão soltas!

terça-feira, maio 17

Sentidos

Visão




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Olhando tudo que se pode olhar: vendo azul, amarelo, barco e céu. Que forma de perceber mais real e menos palpável que existe! Olhando, geralmente eu constato que é verdadeiro este ou aquele objeto, enquanto que em outros sentidos a minha sensação não é exata. É forte, mas não exata. Então eu não sei mais se janela da alma ou objeto fisicamente perfeito o meu globo ocular é, mas me garante um sentido gratificante, pois gozo do mundo sem senti-lo em gosto, cheiro ou tato. Eu vislumbro alcances inatingíveis pela boca ou por meus curtos braços e nariz, sem mesmo sair do lugar. Mesmo assim, sinto que é pouco, às vezes, somente ver, saborear ou cheirar. Isso por que gosto da mistura, por que ninguém se satisfaz com pouco, que pode ser muito, para muitos. Não sei. Olho grande, gulosa, o que for em busca de totalidade de sentidos, de sentir vida



 

quinta-feira, maio 5

De repente você voa


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Eu senti os cabelos grudados no rosto, o vento batendo contra os olhos. Foi de repente. Os cabelos soltos voando para o céu e o corpo se elevando, arfando com leveza um suspiro que alça vôo. Eu retorci o corpo e virei o chão de cabeça para baixo sentindo o vento querendo me levar. Ali parada e tudo em movimento, inclusive eu. É difícil explicar como alguém parado se move com o vento, mas se o suspiro te impregnar de alívio, você voa.





 



 

segunda-feira, maio 2

Piedade


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Piedade de mim que só escrevo o que me transborda.  O que emerge, forçosamente, de uma timidez literária que se fez presente por um bocado de anos, ainda não é o que no fundo pesa. Piedade, por que com ela me angustio menos por não conseguir escrever o que sinto, e que nem chego a pensar. Não penso se escrevo, procuro sentir; mas se penso, por favor, piedade! Quando penso por muitas passagens de horas nesta tarefa a que me dedico por prazer, pressinto que muito distante passará a sensibilidade do que realmente deve ser escrito. Então, que não seja pensado o que transbordar. Por enquanto, que seja sentido. Até mesmo escrever não será ato, e sim, sensação. Sensação de excesso que se acomoda fora do que aperta, que se adapta, alegremente, à folga de uma página em branco.

domingo, maio 1

Sentidos

PALADAR
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A língua, os beiços, a mucosa toda da boca, aquele conjunto róseo e macio que transmite o gosto das coisas. Aquele aparato móvel e também imóvel que se debulha em saliva lacrimejante de anseio, desejo e gula. O paladar do mundo todo passando pelos dentes, pelos lados das bochechas, passeando preguiçoso pelo céu da boca, o céu da satisfação. Qualquer gosto se encontra com a língua e impõem uma postura para degustá-lo para depois ir embora. A vontade de permanência do que se sente, confrontada com a saciedade estupidamente real da capacidade orgânica do corpo. Com o paladar se tem uma noção ampla de que sentir não é orgânico nem corpóreo, por que sentir tem uma prerrogativa de infinito que fica limitada pela humanidade. Gula não é pecado, pecado é sofrer conseqüências por isso. O gosto que fica impregnado na língua, que se esfrega nos beiços rudimentares de uma vontade instintiva e arcaica de sobrevivência do prazer. Pecado é tornar isso finito, justamente pelo tamanho do estômago.

sábado, abril 30

Sentidos

TATO
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Uma pressão leve que pode deslizar mansa por toda a superfície ou interromper-se forte, bruta ou então mais leve ainda. Uma noção vaga de contato que embora mútua é individual em sensação, pessoal em percepção, que se desfruta em companhia.Um derreter de manteiga pela face quente ou de gelo também, escorrendo entre os dois que se tocam. Suavizando os pêlos que se roçam contínuos, ou avermelhando a pele que se cora rápido. O toque pode áté mesmo parar, mas em idéia persiste para depois ser refeito, continuando a percorrer o corpo. Não se abre como flor ao toque, qualquer superfície, se fecha em um lugar tal particular, inatingível, tentando tornar aquele gesto inacabável. É neste lugar que não se alcança, que a idéia persiste se fazendo querer, se desejando tocar e ser o próprio contato. O que mais sobra é vontade de que continue. A sensação do contato acaba rápido e só permanece uma vontade de reencontro, que seja de mãos, braços, qualquer parte derretendo ou se corando, mas tocando.

sábado, abril 23

O Fruto Pródigo

Volta a tua casa e retoma a tua vida
Por que os filhos se farão pais
E de nada lhes bastará a vida sem os seus.
A raiz se orgulha de suas folhas
Pois delas se fará o viço da árvore
E assim a família permanecerá erguida
Resistirá às tempestades e secas que a abalará
Mas folhas, nunca deveis esquecer seu finco
Nunca deverão pensar-se capazes de ainda criar árvores
Aguardem ser fruto
Esperando certas de que esta muda se fará perto da raiz
A primeira a manter a união do bosque, da mata,
Da família