domingo, maio 1

Sentidos

PALADAR
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A língua, os beiços, a mucosa toda da boca, aquele conjunto róseo e macio que transmite o gosto das coisas. Aquele aparato móvel e também imóvel que se debulha em saliva lacrimejante de anseio, desejo e gula. O paladar do mundo todo passando pelos dentes, pelos lados das bochechas, passeando preguiçoso pelo céu da boca, o céu da satisfação. Qualquer gosto se encontra com a língua e impõem uma postura para degustá-lo para depois ir embora. A vontade de permanência do que se sente, confrontada com a saciedade estupidamente real da capacidade orgânica do corpo. Com o paladar se tem uma noção ampla de que sentir não é orgânico nem corpóreo, por que sentir tem uma prerrogativa de infinito que fica limitada pela humanidade. Gula não é pecado, pecado é sofrer conseqüências por isso. O gosto que fica impregnado na língua, que se esfrega nos beiços rudimentares de uma vontade instintiva e arcaica de sobrevivência do prazer. Pecado é tornar isso finito, justamente pelo tamanho do estômago.

2 Comments:

Blogger Alan said...

Isso já está ficando muito sensorial..... bjaum

11:11 AM, maio 01, 2005  
Blogger Madame P. Mandrack said...

hahahhahahaahha!
beijos

12:22 AM, maio 02, 2005  

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