Sentidos
PALADAR
A língua, os beiços, a mucosa toda da boca, aquele conjunto róseo e macio que transmite o gosto das coisas. Aquele aparato móvel e também imóvel que se debulha em saliva lacrimejante de anseio, desejo e gula. O paladar do mundo todo passando pelos dentes, pelos lados das bochechas, passeando preguiçoso pelo céu da boca, o céu da satisfação. Qualquer gosto se encontra com a língua e impõem uma postura para degustá-lo para depois ir embora. A vontade de permanência do que se sente, confrontada com a saciedade estupidamente real da capacidade orgânica do corpo. Com o paladar se tem uma noção ampla de que sentir não é orgânico nem corpóreo, por que sentir tem uma prerrogativa de infinito que fica limitada pela humanidade. Gula não é pecado, pecado é sofrer conseqüências por isso. O gosto que fica impregnado na língua, que se esfrega nos beiços rudimentares de uma vontade instintiva e arcaica de sobrevivência do prazer. Pecado é tornar isso finito, justamente pelo tamanho do estômago.
Isso já está ficando muito sensorial..... bjaum
hahahhahahaahha!
beijos